quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Te encontro, me Perco.



É sempre assim, essa autoconfiança duvidosa, eu quase não submissa a todo e qualquer movimento teu, quase num abandono total do sentimento (não)correspondido, quando você vem, feito tempestade desavisada, trás medo, frio, raios e trovões. Aí depois parte deixando tudo bagunçado (inclusive a mim) e eu com calma, ajeito a casa, renovo os ares... você retorna, e eu fico policiando o meu sorriso de canto preso, esperançoso, porque esperança já é uma palavra tão clichê na minha vida, no meu dicionário, e no final eu sei que você vai tornar a ir e depois voltar, repetidas vezes. Eu aceito, e demonstro extrema felicidade porque sei que pior seria se você não voltasse. Acalmo meu coração sempre que penso que se um dia as pessoas sofrem é porque elas têm que aprender. E como quem não desiste de finais felizes eu me prendo a isso, parece “menos ruim”, pensando por esse lado. E eu vou acreditar, porque as coisas só são quando a gente acredita nelas! Um dia tudo se acalma, se ajeita... Ou seja, de volta ao meu clichê, esperança.

''A esperança que a gente carrega é um sorvete em pleno sol.''

segunda-feira, 27 de setembro de 2010


Eu torço pra não fazer Sol, eu torço pra não chover, eu torço para acordar no meio do dia, eu torço para o dia acabar logo. Eu torço para ter alguma coisa que me faça torcer, que me diga que eu ainda sei torcer por algo mesmo sem torcer pela gente. Minha dança é queda equilibrada, minhas roupas novas são fantasias, meu sorriso é espasmo de dor, minha caminhada reta é um círculo que sempre me traz até aqui, meu sono é cansaço de realidade, minha maquiagem é exagerada, meu silêncio é o grito mais alto que alguém já deu, minhas noites são clarões horríveis que me arregaçam o peito e nada pode me embalar e aquecer, o frio é interno, o incômodo é interno, nenhum lugar do mundo me conforta.

Estou com sede de mudanças,
mas não quero arrastar os móveis,
nem desentortar os quadros.
Quero desabitar meus hábitos.



quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Moradias.


Nossa, como sinto sua falta.
E eu te perdôo. Estou me perdoando também.
Já é tarde demais. O vento leva tudo embora. A dor que aqui está se instalou faz tempo e agora é insignificante. Já me acostumei com ela, tamanha é sua morada. Agora a dor parece cosquinhas.
Então, porque dizer isso agora?
Pensando bem, não quero que tudo volte como era antes. Mas pensando melhor, não pode ficar do jeito que está. Deixe ficar?
Minhas tardes são chatas, meus dias monótonos. E é porque não tenho você, não tenho sua companhia boba, me fazendo rir.
Não. Preciso de uma borracha. Apague tudo... Deixe só aquela forte amizade inabalável.
As vezes penso que eu poderia ter algum poder especial: Roubar você para mim e dizer que só isso importa e que eu tenho fórmulas para te fazer feliz.
Mas não tenho isso. Eu não tenho nada. As fórmulas sim mas esses poderes não.
Só tenho amor, só tenho a dor, só tenho versos e carinho para lhe dar.
Não interessa, deixa estar. Hoje já não sou mais nada, já não penso em nada.
Me deixei viver... Tudo é insignificante e sórdido.
E quer saber?
Todos os dias antes de dormir olho o céu e penso em você.
Só assim posso manifestar essa droga de sentimento inútil.
Desejo o seu bem estar. Que pelo menos o seu sonho, seja seu, seja real.
E aqui, novamente uma noite estrelada, leio tudo o que me faz pensar, tudo o que me faz escrever, tudo o que me faz chorar... Não se culpe, é tudo uma grande bobagem. Eu também tenho os meus cadernos.
Um está bem aqui dentro de mim, memórias. Outro está bem guardado. Posso ter trinta anos e vou lembrar das noites que passei me perguntando porque eu não tenho você , acredite. Isso é cômico, e trágico de certa forma.
Mas o que eu quero dizer é que... Realmente queria. Eu quero. Ah, como eu penso e vejo você por todo lugar!
E por mais que eu esteja aqui, ainda esperando, já é tarde demais. Já é tarde demais para tudo.
Queria te abraçar. Sem versos, sem atos bobos... Abraçar. E então diria uma coisa: Eu sou idiota por esperar. Você precisa ser feliz. Merece isso. Então vá! Deixe que te façam feliz.
Insignificância. Estou fazendo o que ninguém mais fará por mim e por você. Se eu não fizer, ninguém o fará. Metade de mim diz: Procure um outro alguém que te faça feliz e a outra metade diz: Não desista!
Cá estou em minha morada, cá estou isolada... Cá estou eu. Vamos vento! Leve tudo daqui.''